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Livros – Estreias do mês de maio de 2025

 

Levarei o fogo comigo de Leïla Slimani

Mia e Inès formam a terceira geração da família Belhaj, que conhecemos nas páginas de O país dos outros. Nasceram em Marrocos, na década de 1980, num país dividido entre o desejo de modernidade e o medo de perder a alma e as tradições. É todo um novo mundo, e as duas irmãs terão de encontrar nele o seu lugar, cada uma à sua maneira, na solidão ou no exílio, no excesso ou na contenção, enfrentando o preconceito e o desprezo enquanto abraçam todas as promessas. O fôlego que as move é a ânsia de liberdade, que tem as suas raízes nas mulheres cujo sangue lhes corre nas veias: a avó Mathilde, a mãe Aïcha e a tia Selma. É nessa busca pela liberdade que Mia parte para Paris, levando consigo o fogo e a escrita. Caberá a Mia contar a história do seu povo. Levarei o fogo comigo completa um tríptico magistral, retrato dos heróis e heroínas deste e de outros tempos. Uma saga inspirada na família da escritora, eivada de um impressionante vigor poético, que chega ao fim, mas permanecerá com os milhões de leitores que se apaixonaram por estas vidas.

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A Trilogia de Paris de Colombe Schneck

Escrito em resposta a Annie Ernaux e em conversa com Elena Ferrante, A Trilogia de Paris é composta por três planos semiautobiográficos da vida de uma mulher: Dezassete Anos; Duas Burguesinhas; A Ternura do Crawl. Explorando questões sobre sexualidade, autonomia corporal, feminilidade, amizade e perda, esta é uma comovente meditação sobre a viagem de uma vida para resgatar o corpo feminino, aceitando-o com todas as suas falhas e aprendendo a celebrar a sua força. Em Dezassete Anos, a romancista descobre que está grávida mal chega à idade dos primeiros amores e do final do secundário. Decide não ficar com a criança, mas o calvário do aborto transforma a rapariga despreocupada que era, obrigando-a a entrar na idade adulta. Duas Burguesinhas conta o nascimento de uma amizade entre duas meninas de boas famílias que são parecidas, crescem juntas e seguem o mesmo caminho: casam, têm filhos, divorciam-se ao mesmo tempo, vivem histórias de amor semelhantes… até ao dia em que a morte bate à porta de uma delas. Em A Ternura do Crawl, uma mulher conta a sua doce e dolorosa história de amor com Gabriel, um homem que lhe assegura a sinceridade dos seus sentimentos, mas cujo comportamento incerto faz pairar a dúvida sobre a solidez da relação.

 

Radium Girls de Cy

New Jersey, 1918. Edna Bolz entra como operária para a United State Radium Corporation, uma fábrica que fornece relógios ao exército. Ao lado de Katherine, Mollie, Albina, Quinta e outras, aprende o ofício de pintar mostradores com tinta Undark (uma substância luminescente muito preciosa e muito cara) a um ritmo constante. Embora a carga de trabalho seja pesada, o ambiente na fábrica é bastante bom. As raparigas dão-se bem e até convivem depois do trabalho. Denominam-se “Ghost Girls”: por brincadeira, pintam as unhas, os dentes ou a cara para ofuscar (literalmente) os outros à noite. Mas o que elas não sabem é que, por detrás das suas propriedades espantosas, a substância que manuseiam todo o dia e com a qual brincam é, na realidade, mortal. E quando algumas delas começam a sofrer de anemia, fracturas e até tumores, há quem comece a tentar compreender o que se passa. Outros tentam abafar o caso…

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Naquele dia de Laura Alcoba

Naquele Dia, Griselda acordou com uma dor de cabeça insuportável e não se conseguiu levantar da cama. Teve de ser Flavia, a filha de seis anos, a lembrá-la de que tinha de ir para a escola. A mãe levou-a a custo e, já em casa – quiçá compensando a frustração de na adolescência a terem proibido de pintar -, sentou-se ao espelho e maquilhou-se exageradamente, enquanto os filhos pequenos brincavam por ali. Mas a dor persistiu e, quando abriu a porta para dizer ao marido que não se estava a sentir bem, Claudio despachou-a encolhendo os ombros (detestava vê-la com a cara esborratada). Não sabia, quando voltou para casa, a surpresa avassaladora que o esperava. Griselda e Claudio, argentinos fugidos da ditadura e exilados em França, eram porteiros de uma escola onde a autora deste livro, sua conterrânea, chegou a visitá-los quando era criança; e foi com a recordação da sua incredulidade perante os factos acontecidos naquele dia que, mais de trinta anos depois, resolveu contar esta história improvável e entrevistar todos os implicados: Griselda, Claudio, Flavia, a professora, até a advogada… E é pelas vozes de todas essas pessoas que saberemos como uma mulher que passou por tantos contratempos e desgostos desde a infância se tornou um monstro naquele dia e, ainda assim, uma mãe amorosa nas palavras da filha.

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Em nome do bárbaro de Louisa Yousfi

Manifesto estético e político sobre a condição dos descendentes da imigração pós-colonial, este livro expõe as armadilhas e a violência das políticas de integração e mostra como a assimilação pode equivaler à perda de identidade, língua, religião e cultura. Louisa Yousfi toca neste ensaio a estranheza da condição pós-colonial: «bárbaros» no coração do Império, que habitam os seus subúrbios, falam a sua língua, dominam perfeitamente os seus códigos, mas que têm sérias contas a ajustar com ele. E, quer se trate do 11 de Setembro, da era colonial argelina, do tratamento mediático das celebridades afrodescendentes ou do estatuto de segunda classe dos cidadãos de origem imigrante, Yousfi ergue um espelho sem concessões ao Ocidente e às suas falhas morais, como se dissesse: eu posso ser um bárbaro, mas quem é o verdadeiro monstro?

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Carta sobre o comércio dos livros de Denis Diderot

Escrito a pedido de uma guilda de editores parisienses contra as tenazes apertadas do Estado em desfavor da promoção da cultura, o grande filósofo iluminista Denis Diderot deixou-nos esta bela defesa do livro, dos livreiros e da importância de uma comunidade de leitores robusta.

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